As sete dores de Nossa Senhora – Veja como foi (2018)

Na Terça-feira Santa Jesus anunciou a sua morte, assim como a traição e o traidor. Este é o dia em que são celebradas as Sete Dores de Nossa Senhora. É impossível não sentir profunda emoção ao observar alguma expressiva imagem da Mater Dolorosa e meditar estas palavras do Profeta Jeremias, a piedade católica aplica à Mãe de Deus: “Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor semelhante à minha dor” (Lm 1, 12).  Esta meditação nos convida a Liturgia do dia 15 do mês de setembro, dedicado a Nossa Senhora das Dores. Antes de fazer parte da liturgia, as dores de Maria Santíssima foram objeto de particular devoção. Na missa de ontem (28 de Março, 2018), na paroquia São João de Brito, contemplamos as 7 dores de Nossa senhora, com a meditação dos Casais:
Primeira Dor: A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas 2:34-35);

E uma espada transpassará a tua em própria alma (Luc. 2,35)

Alvim e Iracema

O Senhor usa esta compaixão conosco. de não nos deixar ver as cruzes que nos esperam, as espadas que atravessarão nossos corações, afim de que tenhamos de sofrer uma só vez. Maria Santíssima. ao contrário, depois da profecia de São Simeão, tinha sempre diante dos olhos e padecia continuamente todas as penas que a esperavam na Paixão do Filho. Mas se Jesus e Maria, inocentes, tanto padeceram por nosso amor, como ousamos lamentar-nos nós, que somos pecadores, quando temos de padecer um pouco pelo amor deles? – E crescia Jesus em sabedoria, em idade e em graça, junto de Deus e junto dos homens (Lc. 2,52) – [Ah! Filho meu, eu te aperto entre os meus braços, porque muito te amo; mas quanto mais te amo, tanto mais para mim Tu te transformas em ramalhetes de mirra e de dor, pensando em tuas penas!] Enquanto o rei se assentava à sua mesa, dava o meu nardo o seu cheiro. o meu amado é para mim como um ramalhete de mirra, que repousa entre os meus seios. (Ct. 1,12-13)
Segunda Dor: A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2:13-21);

Levanta-te, toma o menino e a sua mãe, foge para o Egito (Mt. 2,13)

Wel e Luciana

A profecia de São Simeão, acerca da Paixão de Cristo e das dores de Maria Santíssima começou logo a realizar-se, na fuga que teve de fazer para o Egito, a Sagrada Familia, afim de subtrair o filho da perseguição de Herodes: Pobre Mãe! Quanto não devia sofrer, tanto na viagem como durante a sua permanência naquele país, entre os infiéis. Vendo a Sagrada Família na sua fuga, lembramo-nos que nós também somos peregrinos sobre a terra. Para sentirmos menos os sofrimentos do exílio à imitação de São José, tenhamos conosco no coração Jesus e Maria. – Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a vindoura (Hb. 13,14)

Terceira Dor: O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2:41-51);

Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos (Lc. 2,48)

Pavani e Rose

A dor de Maria pela perda de Jesus foi sem dúvida uma das mais acerbas; porque ela então sofria longe do Filho, e a humildade fazia-lhe crer que Ele se tinha apartado dera por causa de alguma negligencia sua. Sirva-nos esta dor de conforto nas desolações espirituais; e ensine-nos o modo de buscarmos a Deus, se Jamais para nossa desgraça viemos a perdê-lo por nossa culpa. Lembremo-nos, porém, de que quem quiser achar a Jesus, não o buscar entre os prazeres e delícias, mas no pranto, entre as cruzes e mortificações, assim como Maria o procurou cheia de humildade. – Viste porventura, aquele a quem ama a minha alma? (Ct.3,3) – O Menino não aparece; e ei, onde irei? (Gn. 37,30) – Vós não sois meu povo, e eu nem serei mais vosso (Os.1,9)
Quarta Dor: O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23:27-31);

Quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos (Is. 53,2)

Silvio e Rose

Consideremos o encontro que no caminho do calvário teve o filho com sua mãe. Jesus e Maria olham-se mutuamente, e estes olhares são como outras tantas setes que lhe transpassam o Coração amante. Se víssemos uma leoa que vai após seu filhote conduzido à morte, aquela fera havia de inspirar-nos compaixão. E não nos moverá à ternura ver Maria Santíssima que vai após Jesus Cristo, o seu Cordeiro Imaculado, enquanto o conduzem a morte por nós? Tenhamos compaixão dela, e procuremos também acompanhar a seu filho e a ela, levando com paciência a cruz que nos dá o senhor. – Não há quem a console entre todos os seus queridos (Jr.1,2)   
Quinta Dor: Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz (Stabat Mater) (João 19:25-27);

E a tua vida estará como um suspenso diante de ti (Dt. 28,66)

Darkei e Maritânia

Contemplamos a acerba dor de Maria Santíssima no Calvário, obrigada a assistir a Jesus Moribundo, a ver todas as penas que ele padecia, sem contudo lhe poder dar alívio. Então a aflita Mãe não cessou de oferecer a vida do filho à Divina Justiça pela nossa salvação. Lembremo-nos que pelo merecimento de suas dores cooperou para nos fazer nascer para a vida da graça. Por isso tudo nós somos seus filhos. Ó como a Virgem exerceu sempre e ainda exerce bem o oficio de Mãe! Mas como nos havemos nós como o Filho? – Olhei, mas não havia ninguém para me ajudar! Eu estava consternado, mas não havia quem me sustivesse! Contudo, o meu braço, veio em meu socorro e o meu furor me sustentou (Is. 63,5) – Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mt.27, 46) – Mulher, eis aí o teu filho. (Jô. 19,26)   
Sexta Dor: Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27:55-61);

Tirou da cruz o corpo (Mc. 15,46)

José Luis e Raquel

Consideremos como, depois da morte do Senhor, dois de seus discípulos, José e Nicodemos, o descem da cruz e o depõe nos braços da aflita Mãe, que com ternura o recebe e o aperta contra o peito. Se Maria fosse ainda capaz de dor, que pena sentiria vendo que os homens, tendo visto seu Filho morto por amor deles, continuam a maltratá-lo com seus pecados? Não atormentemos mais a nossa aflita Mãe, e se pelo passado nós também a temos afligido com as nossas culpas, voltemos arrependidos ao coração aberto de seu Filho e Nosso Senhor, Jesus Cristo. – [O meu Filho era branco e vermelho] O meu amado é cândido e rubicundo (Ct. 5,10) – Infiéis, lembrai-vos disto: voltai ao coração [ferido do meu Filho], voltai arrependidos (Is. 46,8) 
Sétima Dor: Maria observa o corpo do filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas 23:55-56).

Sepultura de nosso senhor

Adelio e Valdete

Consideramos como a Mãe dolorosa quis acompanhar os discípulos que levaram Jesus morto à sepultura. Depois de o ter acomodado com suas própria mãos, diz um último adeus ao Filho e ao Seu sepulcro, e volta para casa, deixando o coração sepultado com Jesus. Nós também, à imitação de Maria, encerremos o nosso coração santo Tabernáculo, onde reside Jesus, já não morto, mas vivo e verdadeiramente como está no céu. Para isso é importante que o nosso coração esteja desapegado de todas as coisas da terra. – Onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração (LC 12,34)

  Ao final de cada texto, cada casal oferecia uma flor à Maria.                 Que Maria, nossa mãe, seja sempre exemplo de força e fé.